Scuola di Atenas

Scuola di Atenas
Scuola di Atenas, Rafael

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O ideal de educação grega*

Os séculos V e VI a.C. revela que a cultura grega sofre mudanças impulsionadas pelas transformações sociais e econômicas da época. Então, para se transmitir essa nova cultura, nasce um novo ideal de educação, ou seja, a Paidéia, a qual buscava a formação do homem em suas várias esferas (social, política, cultural e educativa). Essa educação atribuiu ao indivíduo, sobretudo, uma identidade cultura e histórica.
Foi a partir da geração seguinte à de Aristóteles e Alexandre o Grande que a educação antiga se torna verdadeiramente uma educação que atinge sua forma clássica definitiva. No decorrer dos séculos seguintes, a educação clássica acabou de perder muito do que podia restar do seu caráter nobre. A educação permanecia moral, porém mais livre e mais natural.
A educação helenística pode também ser chamada de educação clássica, pois compreende a de todo o mundo grego. Platão e Aristóteles tratam da educação apenas em função do problema político, mas já os filósofos helenísticos um tratado autônomo
Nessa época, a cultura pessoal como a educação clássica aparece como o bem mais precioso que seja dado aos mortais. E acredito também não ser diferente atualmente, pois a educação é um dos maiores bens que o Estado pode oferecer ao seu povo.

Referência
Fonte: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/Educacao_Grecia.pdf

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Referências Bibliográficas

* Jaeger, J Paidéia- A formação do Homem Grego. São Paolo, Martins, Fontes, 1983.

Religião da cultura helenística*


   
                                                                                                                                                       

O verdadeiro herdeiro da cidade antiga, não é como se diz muitas vezes com um matiz pejorativo, o individuo, mas a pessoa humana, que liberta do condicionamento coletivo, do encatrasmento totalitário que lhe impunha a vida da cidade, toma consciência de si própria, de suas possibilidades, de suas exigências de seus direitos. Para o Helenístico, a existência humana não tem outro fim se não atingir a forma mais rica e mais perfeita de personalidade.ou seja, passas-se de uma vida “coletiva”, que passa a considerar a pessoa humana, dentro da sua personalidade, possibilidades e de seus direitos. (Isabela)

Escola e Educação*

 As escolas primárias provavelmente se assemelhavam as nossas: salas com mobilías onde o ensino era dado, com um mestre responsável pela classe, porém a importância e o valor dado à escola e sua centralidade era oposta aos dias de hoje. Durante toda a antiguidade, o magistério nas escolas primárias não era uma ocupação de grande prestígio. Apesar de ser exercida por homens, não trazia fortuna para seus praticantes. Isso porque, o letramento não era tido como uma tarefa honrosa, pois o central na educação grega era a formação moral, de um caráter e um gosto refinado. Então, o ato de ler e escrever era visto como algo técnico, não como uma educação no sentido pleno do termo. (Alexandre)

A escola primária*

A educação propriamente dita começa sempre após os sete anos, idade em que a criança é enviada às escolas. Até então se trata apenas de criação, a criança é “alimentada” em casa e permanece entregue às mulheres. A criança inicia-se já na vida social, mediante a forma das boas maneiras a adquirir, como da civilidade pueril e correta; já se procura impor-lhe certa disciplina moral, e já também, começa a iniciação à tradição cultural onde são passadas para as crianças literatura e música local.
Esses anos são antes de tudo consagrados ao recreio: os textos, os monumentos figurados, os brinquedos encontrados nas tumbas permitem-nos evocar os folguedos da criança grega, onde também se estimula a coordenação motora.
Na Grécia não há escola material propriamente dita: esta é uma instituição completamente moderna, aparecida no mais sombrio da barbárie industrial, quando o trabalho das mulheres tornou necessária a organização de creches destinadas a assegurarem às mães a “liberdade” de atender ao apelo da fábrica.
A primeira infância desenvolve-se na antiguidade sob sigilo da mais amável espontaneidade: a criança é abandonada a seus instintos e desenvolve-se livremente. A criança por si mesma e como tal teria parecido aos antigos um cuidado verdadeiramente inútil.
Na época helenística, apenas filhos de reis puderam receber os cuidados de preceptores (pedagogos) particulares. O papel deste é em princípio modesto: é um simples escravo, encarregado de carregar a pequena bagagem de seu jovem amo. Também estende sua função além desta proteção negativa: ensina à criança as boas maneiras, forma seu caráter e sua moralidade, é toda educação moral que está confiada no “pedagogo”.
No período helenístico as escolas já se difundiam e espalharam-se pelas cidades gregas e centros rurais, salvo o caso onde, como Mileto ou Teos, as escolas se tornaram públicas e onde o mestre, eleito pela assembléia dos cidadãos, participa da dignidade de magistrado público, ser instrutor é um “ofício” pago, porém mal pago.
As eleições para este cargo não exige do candidato nenhum título e os eleitores são simplesmente incumbidos de escolher, conscientemente “os mais capacitados de ocupar-se com crianças”.
De acordo com Mileto e Teos, em país verdadeiramente grego, pode-se admitir que normalmente todas as crianças de condição livre freqüentam as escolas. (Luana)

Caratér Municipal*

"As escolas eram administradas não pelo Império, e sim pelas cidades, municipalmente, não havia interferencia do Reino senão raras às vezes em que o Soberano Helenístico intervia na administração ou na política escolares, mas sempre em caráter privado. Já no Império Romano, a intervensão do soberano é feita como um legislador, era uma forma de cobrar das cidades seus deveres, não de fazer por eles. Suas intervenção vinha como uma cobrança de coisas já executadas." (Guiulia)

Instituição Helenística

A educação helenística se constituía em um conjunto completo de estudos que vai dos sete aos dezenove ou vinte anos. Hipócrates dividia a vida humana em oito períodos de sete anos: a educação clássica abrangia os três primeiros sendo chamado “criancinha” até os sete anos, “criança” de sete a catorze e “adolescente” de catorze a vinte e um.
     Aristóteles faz uma análise destas fases e diz que até os sete anos, a criança fica com sua família sob os cuidados das mulheres, pois os antigos não viam que proveito poderiam ter em se tratando de educação. A partir dos sete anos começa o período escolar similar ao curso primário, que vai até os catorze anos. O próximo período tem seu ápice no estágio de formação cívica e militar, a efebia (preparação dos moços para aquisição do título de cidadão).    
   Como a efebia acontecia apenas no final do período, existia um espaço vazio entre a saída das escolas elementares e a efebia e neste período nada tinha sido pensado, sendo então um espaço morto. Isso mudou na época da helenística pois esses anos passaram a ser aproveitados para outros estudos o que equivale ao ensino secundário dando aos jovens uma base cultural para posteriormente seguir um curso de nível superior.
    No auge deste ensino superior surgem, em centros privilegiados primeiramente em Alexandria depois em Pérgamo e mais tarde sob o Império em Atenas, estabelecimentos científicos onde sábios mais qualificados se dedicavam à pesquisa e juntavam em torno de si jovens discípulos em seminários de alto nível de ensino.
Esses seminários não eram concluídos por todos, pois apenas uma elite financeiramente favorecida podia cursá-los até o final. Somente o início era estendido a uma clientela maior.
Apesar de a educação clássica ser um privilégio do homem livre, os pequenos escravos eram por vezes inclusos. Já as moças freqüentavam as escolas primárias e secundárias ou a palestra e o ginásio igual aos moços.
Na época helenística a educação passa a ser um objeto de uma regulamentação oficial passando a ter a legislação escolar deixando assim de pertencer a iniciativa privada. (Larissa)

A EDUCAÇÃO NO CENTRO DA CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA*

A educação tem o inicio de sua história efetivamente a partir do período helenístico, pois foi nessa época que como se é considerado foi quando se deu inicio a civilização. O reino helenístico teve uma boa base para se dar inicio a uma preocupação com a educação da “sociedade”, isso só ocorreu com a sagacidade de Alexandre, um homem que tinha um grande conhecimento da cultura grega, que tinha sido educado por Aristóteles. A fusão da cultura grega com a oriental, chamada de Cultura Helenística, teve um impacto na ciência e na filosofia. A cultura helenística foi uma cultura de crenças em deuses e isso permaneceu por muito tempo. Portanto, é possível inferir que a Cultura Helenística trouxe impactos positivos para a cultura e a nossa tradição, seja de forma direta ou não. (Gabriella)

A religião da cultura*


                                                                                                                                                       

O verdadeiro herdeiro da cidade antiga, não é como se diz muitas vezes com um matiz pejorativo, o individuo, mas a pessoa humana, que liberta do condicionamento coletivo, do encatrasmento totalitário que lhe impunha a vida da cidade, toma consciência de si própria, de suas possibilidades, de suas exigências de seus direitos. Para o Helenístico, a existência humana não tem outro fim se não atingir a forma mais rica e mais perfeita de personalidade.ou seja, passas-se de uma vida “coletiva”, que passa a considerar a pessoa humana, dentro da sua personalidade, possibilidades e de seus direitos. (Isabela)

A escola primária*

A educação propriamente dita começa sempre após os sete anos, idade em que a criança é enviada às escolas. Até então se trata apenas de criação, a criança é “alimentada” em casa e permanece entregue às mulheres. A criança inicia-se já na vida social, mediante a forma das boas maneiras a adquirir, como da civilidade pueril e correta; já se procura impor-lhe certa disciplina moral, e já também, começa a iniciação à tradição cultural onde são passadas para as crianças literatura e música local.
Esses anos são antes de tudo consagrados ao recreio: os textos, os monumentos figurados, os brinquedos encontrados nas tumbas permitem-nos evocar os folguedos da criança grega, onde também se estimula a coordenação motora.
Na Grécia não há escola material propriamente dita: esta é uma instituição completamente moderna, aparecida no mais sombrio da barbárie industrial, quando o trabalho das mulheres tornou necessária a organização de creches destinadas a assegurarem às mães a “liberdade” de atender ao apelo da fábrica.
A primeira infância desenvolve-se na antiguidade sob sigilo da mais amável espontaneidade: a criança é abandonada a seus instintos e desenvolve-se livremente. A criança por si mesma e como tal teria parecido aos antigos um cuidado verdadeiramente inútil.
Na época helenística, apenas filhos de reis puderam receber os cuidados de preceptores (pedagogos) particulares. O papel deste é em princípio modesto: é um simples escravo, encarregado de carregar a pequena bagagem de seu jovem amo. Também estende sua função além desta proteção negativa: ensina à criança as boas maneiras, forma seu caráter e sua moralidade, é toda educação moral que está confiada no “pedagogo”.
No período helenístico as escolas já se difundiam e espalharam-se pelas cidades gregas e centros rurais, salvo o caso onde, como Mileto ou Teos, as escolas se tornaram públicas e onde o mestre, eleito pela assembléia dos cidadãos, participa da dignidade de magistrado público, ser instrutor é um “ofício” pago, porém mal pago.
As eleições para este cargo não exige do candidato nenhum título e os eleitores são simplesmente incumbidos de escolher, conscientemente “os mais capacitados de ocupar-se com crianças”.
De acordo com Mileto e Teos, em país verdadeiramente grego, pode-se admitir que normalmente todas as crianças de condição livre freqüentam as escolas.
As escolas primárias provavelmente se assemelhavam as nossas: salas com mobilías onde o ensino era dado, com um mestre responsável pela classe, porém a importância e o valor dado à escola e sua centralidade era oposta aos dias de hoje. Durante toda a antiguidade, o magistério nas escolas primárias não era uma ocupação de grande prestígio. Apesar de ser exercida por homens, não trazia fortuna para seus praticantes. Isso porque, o letramento não era tido como uma tarefa honrosa, pois o central na educação grega era a formação moral, de um caráter e um gosto refinado. Então, o ato de ler e escrever era visto como algo técnico, não como uma educação no sentido pleno do termo.

A Paidéia – O ideal de educação grega

Os séculos V e VI a.C. revela que a cultura grega sofre mudanças impulsionadas pelas transformações sociais e econômicas da época. Então, para se transmitir essa nova cultura, nasce um novo ideal de educação, ou seja, a Paidéia, a qual buscava a formação do homem em suas várias esferas (social, política, cultural e educativa). Essa educação atribuiu ao indivíduo, sobretudo, uma identidade cultura e histórica.
Foi a partir da geração seguinte à de Aristóteles e Alexandre o Grande que a educação antiga se torna verdadeiramente uma educação que atinge sua forma clássica definitiva. No decorrer dos séculos seguintes, a educação clássica acabou de perder muito do que podia restar do seu caráter nobre. A educação permanecia moral, porém mais livre e mais natural.
A educação helenística pode também ser chamada de educação clássica, pois compreende a de todo o mundo grego. Platão e Aristóteles tratam da educação apenas em função do problema político, mas já os filósofos helenísticos um tratado autônomo
Nessa época, a cultura pessoal como a educação clássica aparece como o bem mais precioso que seja dado aos mortais. E acredito também não ser diferente atualmente, pois a educação é um dos maiores bens que o Estado pode oferecer ao seu povo.

Referência
Fonte: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/Educacao_Grecia.pdf

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Alexandre - Caetano Veloso

Música de Caetano Veloso sobre Alexandre, o Grande.








Alexandre - Caetano Veloso

Ele nasceu no mês do leão, sua mãe uma bacante
E o rei seu pai, um conquistador tão valente
Que o príncipe adolescente pensou que já nada restaria
Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si só.
Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinário:
O corpo de bronze, os olhos cor de chuva e os cabelos cor de sol.
(Refrão)
Alexandre,
De Olímpia e Felipe o menino nasceu, mas ele aprendeu | 2x
Que o seu pai foi um raio que veio do céu
Ele escolheu seu cavalo por parecer indomável
E pôs-lhe o nome Bucéfalo ao domina-lo
Para júbilo, espanto e escândalo do seu próprio pai
Que contratou para seu perceptor um sábio de Estagira
Cuja a cabeça sustenta ainda hoje o Ocidente
O nome Aristóteles - nome Aristóteles - se repetiria
Desde esses tempos até nossos tempos e além.
Ele ensinou o jovem Alexandre a sentir filosofia
Pra que mais que forte e valente chegasse ele a ser sábio também.
(Refrão)
Ainda criança ele surpreendeu importantes visitantes
Vindos como embaixadores do Império da Pérsia
Pois os recebeu, na ausência de Felipe, com gestos elegantes
De que o rei, seu próprio pai, não seria capaz.
Em breve estaria ao lado de Felipe no campo de batalha
E assinalaria seu nome na história entre os grandes generais.
refrão
Com Hefestião, seu amado
Seu bem na paz e na guerra,
Correu em honra de Pátroclo
- os dois corpos nus -
Junto ao túmulo de Aquiles, o herói enamorado, o amor
Na grande batalha de Queronéia, Alexandre destruía
A esquadra Sagrada de Tebas, chamada e Invencível.
Aos dezesseis anos, só dezesseis anos, assim já exibia
Toda a amplidão da luz do seu gênio militar.
Olímpia incitava o menino do Sol a afirma-se
Se Felipe deixava a família da mãe de outro filho dos seus se insinuar.
(Refrão)
Feito rei aos vinte anos
Transformou a Macedônia,
Que era um reino periférico, dito bárbaro
Em esteio do helenismo e dois gregos, seu futuro, seu sol
O grande Alexandre, o Grande, Alexandre
Conquistou o Egito e a Pérsia
Fundou cidades , cortou o nó górdio, foi grande;
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo,
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel;
Casou com uma persa, misturando raças, mudou-nos terra, céu e mar,
Morreu muito moço, mas antes impôs-se do Punjab a Gilbraltar.

Contexto histórico

Sendo o berço da cultura e civilização ocidental,  é na Grécia Antiga onde se encontram os primeiros e fundamentais esforços de uma educação sistemática do nosso mundo. O surgimento da filosofia e as grandes narrativas mitológicas fazem parte desse universo onde a educação era privilégio e um meio elevado de tornar-se humano, que significava ser homem e cidadão em pleno gozo físico e espiritual. A seguir um texto retirado do Uol Educação que busca nos situar de maneira bem didática sobre a educação clássica da civilização da paideia, sobretudo no período helenístico, onde, como diz Marrou (?, p.153) "a educação antiga se torna verdadeiramente educação, que atinge sua forma clássica e, em suma, definitiva".

MARROU, Henri-Irénée, História da Educação na Antiguidade.


Grécia antiga

A influência da cultura helenística na civilização ocidental

Fernanda Machado*
Fred Eckschmiedt/Página 3
O Parthenon, na acrópole de Atenas
A importância de se conhecer a Grécia da Antigüidade (que se desenvolveu entre 2000 a.C. e 500 a.C.) é que a herança de sua cultura atravessou os séculos, chegando até os nossos dias. Foram influências no campo da filosofia, das artes plásticas, da arquitetura, do teatro, enfim, de muitas idéias e conceitos que deram origem às atuais ciências humanas, exatas e biológicas.

No entanto, não podemos confundir a Antigüidade grega com o país Grécia que existe hoje. Os gregos atuais não são descendentes diretos desses povos que começaram a se organizar a mais de quatro mil anos atrás. Muita coisa se passou entre um período e outro e aqueles gregos antigos perderam-se na mistura com outros povos. Depois, a Grécia antiga não formava uma nação única, mas era composta de várias cidades, que tinham suas próprias organizações sociais, políticas e econômicas.

Apesar dessas diferenças, os gregos tinham uma só língua, que, mesmo com seus dialetos, podia ser entendida pelos povos das várias regiões que formavam a Grécia. Esses povos tinham também a mesma crença religiosa e compartilhavam diversos valores culturais. Assim, os festivais de teatro e os campeonatos esportivos, por exemplo, conseguiam reunir pessoas de diferentes lugares da Hélade, como se chama o conjunto dos diversos povos gregos.

Cidades-Estados

Essa Grécia de 4.000 anos atrás era formada por ilhas, uma península e parte do continente europeu. Compunha-se de várias cidades, com seus Estados próprios, que eram chamadas de cidades-Estados. Essas cidades localizavam-se ao sul da Europa, nas ilhas entre os mares Egeu e Jônio. Algumas das cidades gregas de maior destaque na Antigüidade foram Atenas, Esparta, Corinto e Tebas.

Essas cidades comercializavam e ao mesmo tempo guerreavam entre si. As guerras eram motivadas pelo controle da região e para se conseguir escravos, os prisioneiros de guerra, que moviam grande parte da economia daquelas sociedades.

Afora os escravos e os pequenos proprietários, havia os cidadãos propriamente ditos, naturais da cidade e proprietários de terras, que tinham direitos políticos e podiam se dedicar a atividades artísticas, intelectuais, guerreiras e esportivas. Isso indica que as pessoas com mais prestígio e propriedade cuidavam exclusivamente do aprimoramento do corpo e da mente. Os mais pobres e os escravos eram quem movimentava a economia, fazendo o trabalho braçal, considerado, então, como algo desprezível.

Influência de Creta, Egito e Fenícia

Esses diversos povos gregos organizaram-se e ganharam força por volta do ano 2.000 a.C. A cultura grega tornou-se tão importante porque foi a síntese, o resumo, de diversas outras culturas da Antigüidade, dos povos que viveram na África e no Oriente Médio. Assim, os gregos conheceram os cretenses, que eram excelentes navegadores. Tiveram contato com os egípcios, famosos nos nossos dias pelo complexo domínio de conhecimentos técnicos que possuíam e por sua organização social.

Por fim, a influência dos fenícios também foi muito importante na cultura grega. Os fenícios foram o povo, naquela parte do planeta, que havia inventado o alfabeto cerca de 1.000 anos a.C. Esse alfabeto foi aperfeiçoado pelos gregos, que por sua vez deu origem ao alfabeto latino, inventado pelos romanos. Como se sabe, a língua portuguesa, que nós falamos, tem origem latina.

Todo esse processo demonstra como ocorreram freqüentes intercâmbios entre os povos ao longo da história da humanidade, embora muitos conhecimentos e invenções tenham se perdido ou deixado de fazer sentido quando essas civilizações desapareceram.

Sociedade espartana

As cidades-Estados sobre as quais sobreviveram mais informações são Atenas e Esparta. Essas sociedades eram, aliás, bem diferentes e freqüentemente lutaram uma contra a outra. A sociedade espartana era considerada rígida (nos dias de hoje, quando queremos dizer que alguma coisa ou pessoa é muito cheia de regras, fechada, dizemos que é "espartana"). Em Esparta, os homens viviam para a vida militar.

Eles só podiam casar depois de terem sido educados pelo Estado, em acampamentos coletivos, onde viviam dos 12 até os 30 anos. Para o governo, existiam os conselhos de velhos, que controlavam a sociedade e definiam as leis. As mulheres espartanas cuidavam da casa e tinham também uma vida pública: administravam o comércio na ausência dos homens.

Atenas e a democracia

Já Atenas, que foi considerada o exemplo mais refinado da cultura grega, teve seu apogeu cultural e político no século 5 a.C. Na sociedade ateniense, diferentemente de Esparta, as decisões políticas não estava nas mãos de um conselho, mas sim no governo da maioria, a democracia. Dentro desse sistema, todos os cidadãos podiam representar a si mesmos (não precisavam eleger ninguém) e decidir os destinos da cidade. Ao mesmo tempo em que Atenas abria o espaço para os cidadãos, reservava menor espaço para as mulheres do que na sociedade espartana. Em Atenas, as mulheres, assim como os escravos, não eram consideradas cidadãs.

Os jogos olímpicos

De tempos em tempos, as civilizações que surgiram após os gregos - inclusive a nossa - voltam seus olhos para essa cultura tão antiga, chegando mesmo a retomar alguns de seus costumes. Assim aconteceu, por exemplo, com os Jogos Olímpicos. Essa atividade ganhou importância no mundo ocidental na primeira metade do século 20, como uma forma de celebrar pacificamente a rivalidade entre os países que se confrontaram em duas Guerras Mundiais. Na verdade, as Olimpíadas foram reinventadas no final do século 19, ou seja, mais de 2.000 anos depois de terem sido extintas.

Na Grécia Antiga, os jogos olímpicos eram um ritual de homenagem a Zeus (o deus máximo de uma religião com muitos deuses). Esses jogos realizavam-se na cidade de Olímpia e envolviam todas as cidades-Estados da Hélade em várias competições de atletismo. Dentre as modalidades de esporte que se praticavam havia a corrida, a luta livre, o arremesso de discos, salto e lançamento de dardos. Os vencedores voltavam às suas cidades com uma coroa de folhas de oliveira e um imenso prestígio.

Os macedônios e a cultura helenística

No entanto, após o esplendor de Atenas no século 5 a.C., as cidades-Estados gregas foram perdendo seu poder e acabaram conquistadas e unificadas pelos macedônios, no século 4 a. C. Sob o domínio de Alexandre, o Grande, a cultura grega se expandiu territorialmente, indo do Egito à Índia, num processo em que simultaneamente influenciava e sofria influências. Essa cultura que correu mundo, tendo como raiz a tradição grega, foi chamada de cultura helenística.

Por fim, no século 1 a.C., foi a vez dos romanos chegarem à Grécia antiga, conquistando-a. Ainda que Roma tenha incorporado a maior parte dos valores gregos, inaugurando a cultura greco-romana, os povos gregos da Antigüidade não conseguiram mais obter sua autonomia política e assim foram, ao longo dos séculos, desaparecendo.

* Fernanda Machado é historiadora.

Disponível em: http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u6.jhtm